1-Leia
este soneto de Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Já se afastou de nós o Inverno
agreste
Envolto nos seus úmidos vapores;
A fértil Primavera , a mãe das
flores
O prado ameno de boninas veste :
Varrendo os ares o sutil nordeste
Os torna azuis : as aves de mil
cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E torna o fresco Tejo a cor
celeste ;
Vem, ó Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo :
Deixa louvar da corte a vã
grandeza:
Quanto me agrada mais estar
contigo
Notando as perfeições da Natureza!
Entre as afirmações abaixo, a
única que NÃO contempla características quanto ao estilo e ao conteúdo
do soneto transcrito, é:
(A) Trata-se de um
poema em que se manifestam as convenções do Arcadismo .
(B) O texto atende
às normas estabelecidas pelo classicismo greco-latino.
(C) A contemplação da natureza remete para certa ênfase
erótica.
(D) Paz e harmonia
são elementos presentes no texto, em destaque.
(E) A natureza
aparece, no poema, como mediadora da relação amorosa.
2-(UEPA-
2008)Leia os versos abaixo.
“Quem deixa o
trato pastoril, amado,
Pela ingrata
civil correspondência,
Ou desconhece o
rosto da violência,
Ou do retiro a paz
não tem provado."
Ainda é corrente entre nós a
vontade de sair da vida agitada da cidade para o campo, sob a alegação de que
nela não podemos viver em paz. Tal ideia, propagada sobretudo a partir do
século XVIII, marcou diversas culturas do Ocidente. Nos versos acima, Cláudio
Manoel revela a mesma ideia apoiado no seguinte lema latino:
a) Inutilia Truncat
b) Carpe Diem
c) Aurea Mediocritas
d) Locus Amoenus
e)
Fugere Urbem
3-(UEPA-2008)
Leia com atenção a seguinte fala do personagem central de O Velho da Horta,
de Gil Vicente. Ele se dirige à Branca Gil.
“O caso é: Sobre
meus dias,
em tempo contra
razão,
veio amor sobre
tenção,
e fez de mim
outro Mancias*
tão penado
que de muito
namorado
creio que me
culpareis
porque tomei tal
cuidado;
e do velho
destampado
zombareis.”
*trovador
ibérico extremamente apaixonado
Pelo que se depreende da leitura,
o receio do velho, relativamente à opinião de Branca Gil sobre si próprio,
demonstra que tanto na Idade Média, como hoje, não é comum se aceitar em nossa
cultura:
a)
o namoro entre pessoas de idades muito diferentes.
b) a prática do adultério.
c) o relacionamento entre judeus
e não judeus.
d) o empréstimo de dinheiro a
juros.
e) a paixão descontrolada.
4-(UEPA-2008) Desde o Período Colonial, as
diferenças culturais entre europeus e africanos têm produzido comentários
hostis. Assinale os versos de Gregório de Matos Guerra em que se verifica essa
postura agressiva do branco em relação ao negro, ou ao mestiço.
a) “Os brancos aqui não podem
mais que sofrer
e calar.”
b) “Querem-me aqui todos mal,
e eu quero mal a
todos;
eles e eu, por
nossos modos,
nos pagamos tal
por tal”.
c)“Anjo no nome, Angélica na
cara,
Isso é ser flor
e Anjo juntamente”,
d)“Terra tão grosseira e
crassa,
que a ninguém se
tem respeito,
salvo quem
mostra algum jeito
de ser mulato”.
e) “Que homem pode haver tão
paciente,
que vendo o
triste estado da Bahia,
não chore, não
suspire e não lamente”.
5-(UEPA-2010)
Do ponto de vista técnico, é correto afirmar sobre a farsa O Velho da Horta,
de Gil Vicente:
a) utiliza a língua espanhola e a
portuguesa nos diálogos.
b) assinala o tempo com
informações precisas, evitando dúvidas sobre o seu fluxo.
c) mantém a tradição do
classicismo antigo na elaboração de um herói destruído pelos
deuses que determinam o seu
destino.
d)
fixa as ações dos personagens em um espaço reduzido.
e) elabora personagens
psicologicamente bem desenvolvidos, como é o caso da Moça por quem o velho se
apaixona.
6-(UEPA-2010)
Cláudio Manuel da Costa descreve uma técnica usada no processo da mineração do
ouro nos versos:
a)
“As diferentes formas do trabalho,
Com
que o sábio mineiro entre o cascalho
Busca
o loiro metal; e com que passa
Logo
a purificá-lo a escassa
Tábua
ou canal do liso bulinete*;”
*calha usada para lavagem
do ouro
b) “Vê-se outro mineiro, que se
ocupa
Em penetrar por mina o duro
monte”
c) ”Entre serras estoutro*
(mineiro) vai
buscando
As betas de ouro; aquele vai
trepando
Pelo escabroso monte, e as águas
guia
Pelos canais, que lhe abre a
pedra fria”
* este outro
d) “Este é o rio, a montanha é
esta,
Estes os troncos, estes os
rochedos;”
e) “Leve pois a fortuna os seus
favores;
Eu os desprezo já; porque é
loucura
Comprar a tanto preço as minhas dores:”
GABARITO
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